Recentemente o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou que sancionou um pacote de tarifas para as importações de produtos fabricados com aço e alumínio.
Segundo o que foi divulgado, o pacote busca aumentar de 0,9% para 25% para os produtos fabricados em aço e de 2% para 10% para os produtos de alumínio as tarifas de importação em produtos do tipo, o que pode resultar em um aumento expressivo.
Qual o objetivo dessa tarifação?
Segundo o que o próprio presidente Donald Trump falou, o principal motivo por trás de tais tarifas, é o fortalecimento da indústria nacional de metalurgia, obviamente, focado em produtos derivados de aço e alumínio, que são os mais demandados por parte da indústria e construção civil.
Vale lembrar que, logo no início do seu mandato anterior, em março de 2018, Donald Trump também havia tentado impor tais tarifas para os produtos de aço e alumínio importados pelos Estados Unidos, contudo, após alguns dias desse anuncio, ele venho a público isentando Brasil, Argentina, Coréia do Sul, União Europeia e Austrália destas novas tarifas e retornando as tarifas para os 0,90% e 2,00% para estes países e que estavam vigentes até este novo anúncio.
Contudo, segundo estimativas, pode demorar cerca de 4 anos para que a indústria siderúrgica dos Estados Unidos se torne autossuficiente em relação a sua demanda para materiais do tipo, algo que pode impactar negativamente toda a cadeia produtiva dos Estados Unidos, pois grande parte do aço e alumínio utilizado pelos Estados Unidos vem por meio de exportação, principalmente do Canadá, Brasil e México, onde apenas no ano de 2024, os Estados Unidos foi responsável por comprar cerca de 50% de todo o aço e derivados exportados pelo Brasil.
Já para o Alumínio a dependência por parte dos Estados Unidos é relativamente menor, onde, no ano de 2024, 15% do volume de alumínio e seus derivados que foram exportados pelo Brasil foram direcionados aos Estados Unidos.
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Qual o impacto das tarifas para o consumidor americano?
Mesmo que as tarifas sejam impostas para o Brasil e demais países exportadores destes materiais, quem mais será afetado negativamente será o consumidor local dos Estados Unidos e as empresas que dependem do aço, alumínio e seus derivados para conseguir exercer suas atividades.
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Por conta da necessidade imediata, mesmo com o aumento dos preços que demanda estes materiais ainda precisará comprar, e isso por gerar dois efeitos negativos, com o primeiro sendo caso a empresa não queira repassar o custo para o consumidor final, isso gerará uma pressão nas margens, fazendo com que muitas vezes seja necessário a demissão de funcionários para que a empresa consiga manter a sua saúde financeira, e a outra é na situação onde a empresa que utiliza destes materiais como matéria-prima para seus produtos ou serviços repassa o custo para o consumidor final, isto gerará um aumento expressivo nos preços de bens e serviços que utilizem tais materiais, além disso, mesmo aqueles produtos que não dependem do material exportado irão subir de preço para se manter próximo ao mercado e obter uma vantagem competitiva nos preços.
Além disso, tanto os custos de construções de novos imóveis quanto o preço dos imóveis já construídos muito provavelmente irão também sofrer um impacto relevante, ocorrendo uma elevação forte nos preço, afinal, todo o custo com os materiais de construção irá aumentar.
Qual o impacto da tarifação para o Brasil?
Apesar do Brasil ter os Estados Unidos como um grande cliente quando falamos de exportação de aço e seus derivados, o impacto dessa tarifação não deve ser tão forte para o nosso país por conta de vários motivos.
Primeiramente, antes de falarmos sobre o aço, vamos falar sobre o alumínio, pois se representa uma menor parte das nossas exportações de metais, onde, segundo dados do OEC (Observatory of Economic Complexity), no ano de 2023, as exportações de alumínio somaram cerca de U$1,56 bilhões de dólares, sendo que, deste valor, U$243 milhões de dólares foram para os Estados unidos, o que 15,6% de todo o alumínio exportado pelo Brasil no ano de 2023.
Lembrando que, este volume considera desde barras de alumínio até outros artigos que tenham alumínio como seu componente principal.
Agora, falando de ferro, aço e seus derivados, o volume exportado destes materiais. segundo o OEC, foi de U$15,43 bilhões de dólares no ano de 2023, no qual, cerca de U$5,31 bilhões de dólares foram exportados para os Estados Unidos, ou seja, das exportações de ferro e aço do Brasil, 34,41% foram destinados aos Estados Unidos, um valor muito mais representativo do que o que acontece com o alumínio.
Considerando isso, quanto aos impactos dessas medidas para o Brasil, podemos imaginar alguns desfechos, então vamos conhecer alguns deles.
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Redirecionamento das exportações:
Este é possivelmente o caminho mais provável que pode acontecer, onde, caso o pacote de tarifas entre em vigor, as empresas daqui do Brasil que hoje exportam estes produtos irão buscar direcionar parte desse fluxo de exportação para outros países com tarifas de importação mais competitivas, além disso, outro caminho é também tentar direcionar parte deste fluxo de bens para o mercado interno de aço do Brasil.
Compressão das margens:
Outro caminho que pode vir a ser seguido caso esta tarifas propostas pelo presidente Donald Trump comecem realmente a valer é a diminuição dos preços de venda dos materiais exportados para os Estados Unidos, com o objetivo de manter os clientes abastecidos, sem que tenham que pagar totalmente o repasse das tarifas impostos, contudo, este é um caminho que caso seja tomado, pode vir a prejudicar as margens das empresas, afinal, terão que vender os produtos mais baratos do que o habitual, impactando negativamente o fluxo de caixa das empresas, o que pode vir a gerar uma necessidade de demissões para ajustar e equilibrar a saúde financeira, aumentando o desemprego.
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Aumento dos preços:
Apesar de não ser exatamente um caminho que pode vir a acontecer caso as tarifas propostas realmente passem a vigorar, um possível aumento dos preços de maneira global é sim um evento que podemos esperar que aconteça, e o motivo por trás disso é que, com a diminuição das exportações por parte dos Estados Unidos, países que não possuíam uma capacidade de competição econômica poderam agora suprir estas demandas, contudo, o aumento da competitividade por parte dos compradores possivelmente irá gerar um aumento no preço dos materiais, afinal, quem pagar mais terá mais facilidade em adquirir a matéria-prima, principalmente pensando em países que estão buscando acelerar o seu processo de industrialização e construção civil.
Conclusão:
Apesar do aumento expressivo nas tarifas de importação, por conta da representatividade dos Estados Unidos como cliente nas exportações desses materiais para o Brasil, o impacto, por mais que seja forte em empresas específicas do setor, no apanhado geral provavelmente não será tão impactante, por conta disso, é ideal que tenha o direcionando correto para entender o quão exposta está a sua carteira em relação a esse risco.
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