FED mantém a taxa de juros em 4,25% a 4,50%

Imagem mostrando o prédio do FED

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, divulgou recentemente sua decisão de manter a taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,50%, interrompendo a sequência de cortes anteriores. 

Essa decisão reflete uma postura cautelosa diante das pressões inflacionárias e das incertezas econômicas globais. Mas o que essa decisão significa para o mercado financeiro e para os investidores? Vamos entender melhor!

O que levou o FED a tomar essa decisão:

A decisão de manter a taxa de juros em um patamar mais elevado, interrompendo uma sequência de quedas ao longo do segundo semestre de 2024 foi motivada por alguns fatores macroeconômicos.

Dentre os principais motivos estão os seguintes:

Inflação persistente:

Com a manutenção da inflação dos Estados Unidos, medido pelo CPI, se mantendo ainda em níveis elevados, com o indicador fechando o ano de 2024 em 2,9%, e após a divulgação da inflação de março, que ficou em torno de 0,2%, no acumulado dos 12 meses a taxa ficou em 3,1%, uma leve melhora de resultado em comparação com Janeiro, que estava em 3,3%.

Além do CPI, outra medida de inflação, que é normalmente a mais utilizada pelo FED para definição estruturação da meta de inflação é o PCE, que no resultado divulgado pelo FED em março ficou em 2,5%, acima da meta de 2,0% proposta para o FED.

Este fato de a inflação se manter acima da meta fez com que o FED tomasse uma decisão mais rígida com relação à política monetária.

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Políticas tarifárias:

Outro ponto que trouxe um certo temor por parte do FED com relação a trajetória da política monetária foram as políticas tarifárias implementadas por parte do atual presidente Donald Trump, que impôs tarifas de importação para países das Américas, Europa e Ásia principalmente, com o objetivo de fortalecer o mercado interno e diminuir a dependência dos Estados Unidos com relação a bens e insumos.

Contudo, apesar de ser uma medida positiva para a economia dos Estados Unidos, no curto prazo isso irá trazer muito possivelmente um aumento nos preços, por conta de no momento, em razão da necessidade de se seguir produzindo certos bens essenciais apesar das tarifas, as empresas terão que adquirir a matéria-prima e insumos mais caros, de forma que, para que não sofra uma pressão muito forte na sua saúde financeira, terá que repassar este custo para o consumidor final, gerando um aumento global nos preços.

Segundo alguns estudos, será preciso de 3 a 4 anos para que a economia dos Estados Unidos consiga reestruturar a sua oferta de matéria-prima produzida internamente de forma que consiga suprir a demanda dos bens que antes eram unicamente importados, desta forma, ocorrendo uma queda nos preços com a estabilização da economia.

Mercado de trabalho:

Atualmente, o mandato imposto ao FED possui dois objetivos, com o primeiro sendo a manutenção das taxas de inflação em níveis dentro da meta proposta, e o segundo é a manutenção do mercado de trabalho em estado de “pleno emprego”, que é um estado da economia em que todas as pessoas que buscam emprego conseguem ingressar em uma vaga.

Por conta disso, o FED, para que consiga manter a inflação em um patamar ainda estável, tentando direcioná-lo para a meta de 2,0%, sem prejudicar de maneira expressiva o mercado de trabalho, optou por manter a taxa de juros no mesmo patamar atual, observando os movimentos da economia conforme o efeito da taxa de juros vai se espalhando na economia.

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Quais os efeitos da decisão do FED?

Essa decisão do FED de manter a taxa de juros neste patamar gera uma variedade de efeitos, tanto, seja no próprio país, quanto ao redor do mundo.

Câmbio:

Um dos primeiros impactos é justamente na taxa de câmbio das moedas com relação ao dólar, principalmente se usarmos como comparação países emergentes, como o Brasil.

Com a manutenção das taxas de juros em patamares mais altos durante mais tempo, a procura por dólar por parte dos investidores estrangeiros, fazendo com que ocorra uma valorização do dólar contra estas moedas no qual o capital acabou migrando.

Renda fixa:

Como falamos anteriormente, a manutenção da taxa de juros nesse nível implica em uma atratividade maior por parte dos títulos de renda fixa do exterior, pensando em um ganho através da marcação a mercado.

Porém, aqueles investimentos que normalmente possuem um prazo de vencimento mais longo acabaram sendo prejudicados na marcação a mercado, em razão da projeção de uma taxa de juros alta por períodos mais longos, o que acaba diminuindo a atratividade de alguns investimentos, a depender da sua remuneração, risco e prazo.

Renda variável:

Com relação à renda variável, por conta da melhora da atratividade de investimentos de renda fixa de menor risco, como os próprios títulos do tesouro norte americano, muitos investidores acabam realizando a migração de investimentos de maior risco para investimentos de menor risco, em razão do aumento do custo de oportunidade em investimentos de maior risco.

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Este movimento de migração da renda variável para renda fixa faz com que os ativos de maior risco, por conta do grande volume de vendas, desta forma, pressiona o preço dos ativos para baixo, gerando inconsistências que podem vir a se tornar oportunidades.

Crédito:

O efeito no crédito é possivelmente o mais significativo quando pensamos nos movimentos na taxa de juros, pois, é através do crédito que os efeitos da política monetária são repassados para a economia, de forma que, quanto mais alta está a taxa de juros, mais caro se torna tomar crédito, tanto por empresas quanto por pessoas, dessa forma, o consumo e investimento acaba diminuindo, conforme as instituições financeiras vão se ajustando conforme as novas taxas.

Este aumento no custo do crédito faz com que se torne cada vez mais difícil empreender sem capital próprio, e empresas que demandam constantemente de crédito para capital de giro acabam por muitas vezes ficar em situações bem ruins com relação a saúde financeira, muitas vezes tendo que decretar falência, gerando uma onda de inadimplência que acaba afetando todo o sistema financeiro.

O que esperar do futuro:

Apesar da decisão de manutenção da taxa de juros no patamar atual, segundo o relatório chamado “Dot Plot”, no qual os diretores do FED inserem suas opiniões sobre a taxa de juros para o ano atual e os próximo, 9 do 17 diretores do FED apontaram para duas quedas para este ano, caso as taxas de inflação e o mercado de trabalho venham a convergir para a meta.

Caso estas duas quedas se concretizem, a expectativa é que os mercados tenham uma melhora significativa, tanto pelo fato das taxas irem para patamares menos nocivos para a economia, quanto pelo fato da inflação estar em níveis mais controlados.

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Conclusão:

Enquanto as taxas de juros dos Estados Unidos estiverem em patamares mais altos, investimentos, seja de renda fixa quanto de renda variável irão sofrer bastante, pois o custo de oportunidade para se investir em investimentos de maior risco acaba ficando mais alto, porém, conforme as taxas se acomodarem em níveis mais baixos, a expectativa é que ocorra uma melhora, principalmente em países de maior risco em relação aos Estados Unidos, como o caso do Brasil.

Além disso, utilizar este momento para investir lá fora e aproveitar as oportunidades que estão disponíveis pensando em uma diversificação maior da sua carteira, tanto em diferentes ativos quanto em uma moeda mais forte que o real pode ser interessante.

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