Dólar abaixo de R$6,00? É uma oportunidade?

Imagem mostrando várias notas de dólar.

Após atingir o valor de R$6,27 em 18 de Dezembro de 2024, vimos que o dólar com o tempo voltou a cair, chegando a R$5,75 nos últimos dias, porém, o que realmente motivou esse movimento?

O que levou a alta do dólar?

Primeiramente, antes de entendermos o que levou a essa queda no dólar, vamos entender o que levou a essa alta tão expressiva, colocando o dólar em patamares não vistos desde 2002, quando o dólar bateu R$8,38.

Ambiente econômico e fiscal do Brasil:

Atualmente, o maior motivo por trás da alta do dólar nos últimos meses provavelmente se deu por conta da piora no nosso ambiente fiscal e econômico, como inflação acima da meta proposta, piora no ambiente de crédito por conta de uma maior inadimplência, além da piora na saúde fiscal do país com aumento de gastos além do que foi inicialmente proposto pelo atual governo.

Todos estes pontos, além de mais alguns outros detalhes levaram a uma desvalorização do real frente ao dólar.

Com relação à inflação, ao longo de 2024 vimos um aumento bem relevante em relação ao que estava proposto na meta anteriormente, com o índice fechando o ano em 4,83%, bem acima da meta de 3,00% proposta pela CMN, ficando acima até mesmo da banda máxima tolerada, que seria em 4,50%, sendo puxado principalmente pela parte de Alimentação e bebidas, Vestuário, e Transportes, além de outros fatores, principalmente na questão do aumento dos preços dos combustíveis, que acaba por afetar os preços de maneira global.

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Já quando falamos da deterioração do ambiente de crédito, o motivo principal para isso é justamente o aumento da nossa taxa básica que de juros, que ao longo do ano de 2024 estava em um ciclo de queda, e em razão da retomada do aumento da inflação, o BACEN, por meio do Copom resolveu retomar o ciclo de alta, elevando a taxa de 10,50% em Maio de 2024 para 13,25% em Fevereiro de 2025, com previsão de fechar o ano próximo a 15,00%.

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Por conta do aumento dos juros, o custo do crédito ficou maior, e empresas que necessitam de um fluxo de capital de giro frequente acabam sendo muito prejudicadas pelo aumento do custo, levando algumas a inclusive não conseguirem operar em razão do aumento do custo, ou ainda pior, acabarem dando calote em créditos que já possuem, o que faz com que as instituições financeiras que oferecem o crédito acabam aumentando as suas taxas para que o custo de se oferecer o crédito acabe valendo a pena, e isto faz com que seja criado um ciclo onde o custo de crédito das empresas aumenta, o que gera uma piora na saúde financeira da empresa, gerando eventuais calotes, o que gera um aumento também no risco das operações, que faz com que as instituições aumentem o seu custo do crédito.

Agora, em relação a questão fiscal, o principal fator que levou a desvalorização do real em comparação com o dólar é principalmente o aumento da desconfiança na saúde fiscal do nosso país, sendo muito motivado por conta do descumprimento do pacote fiscal que foi inicialmente proposto, com um aumento grande em projetos que não beneficiam a infraestrutura do país, e sim apenas incentivam o consumo, além de várias medidas que buscavam aumentar impostos sem uma contrapartida que realmente beneficia o país.

Este aumento de gastos, em conjunto com o aumento dos impostos, sem medidas que buscassem cortar despesas administrativas e de juros fez com que o Brasil se tornasse um país muito menos vantajoso, apesar da alta taxa de juros, algo que normalmente atrai muito capital estrangeiro, e que tem como consequência a queda no dólar.

O que levou o dólar a voltar a cair?

Apesar de não ocorrer uma melhora no ambiente fiscal do nosso país, por conta do aumento da nossa taxa de juros e queda da taxa de juros dos Estados Unidos, o prêmio para se investir no Brasil teve um aumento relevante, o que atraiu um bom fluxo de investidores estrangeiros, de forma que, até o momento, o saldo de capital estrangeiro em Fevereiro é de aproximadamente R$3,3 bilhões, sendo que, em Janeiro o fluxo de investimento estrangeiro, apenas na nossa bolsa de valores já havia fechado com um saldo positivo de R$6,8 bilhões de reais, ou seja, nos dois primeiros meses do ano já foram injetados cerca de R$10 bilhões de reais na nossa bolsa de valores, quase metade do valor que foi investido no ano de 2024.

O motivo por trás desse aumento, como falamos anteriormente, foi por conta do descasamento entre as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil, tornando o Brasil um país muito mais atrativo para os investidores, e gerando ótimos oportunidades de investimento, seja em renda fixa ou renda variável.

Essa demanda por parte dos investidores gera por si só uma demanda por reais, o que tem como consequência uma valorização do real frente ao dólar.

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Expectativa para os próximos meses:

Apesar de ser bem difícil de se prever como estará a taxa de câmbio no futuro, é possível entender a sua direção de acordo com certos fatores macroeconômicos, fiscais e até mesmo políticos.

Um dos principais fatores que podem levar a uma queda ainda mais expressiva no dólar é o contínuo aumento na nossa taxa de juros, principalmente com o aumento no descasamento entre a nossa taxa de juros e a taxa de juros dos Estados Unidos, que é o que mais se usa como base para investir ou não em países menos desenvolvidos, como o Brasil.

Desta forma, caso a taxa de juros dos Estados Unidos esteja oferecendo uma boa remuneração com menor risco, não há necessidade de se aumentar o risco se a rentabilidade em troca desse aumento não seja vantajosa para o investidor, algo que não está acontecendo por agora, em razão da queda da taxa de juros dos Estados Unidos como forma de estimular a economia e o mercado de trabalho, após ter conseguido combater a inflação por meio de sucessivos aumentos na taxa de juros.

Outro fator que pode trazer uma perspectiva de valorização do real em relação ao dólar é caso o governo atual se proponha a ser mais rígido em relação às suas políticas fiscais, evitando gastos fora do proposto como teto de gastos, e fazendo gastos que melhorem a infraestrutura e apoiem o desenvolvimento saudável do país

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O que fazer com o dólar nesse patamar?

Neste momento, para você como investidor, se aproveitar deste momento para investir lá fora pagando menos é uma ótima oportunidade, afinal, como falamos antes, prever o momento em que as taxas de câmbio estão em patamares mais baixos é um grande dilema, tanto para investidores iniciantes quanto para investidores profissionais, e em razão disso, se beneficiar destes momentos é muito importante para quem está buscando investir lá fora e proteger parte do seu patrimônio, investindo em um país com uma economia mais desenvolvida e moeda mais forte.

Investindo no exterior:

Agora que já entendeu que o dólar nesse patamar pode ser sim uma ótima oportunidade, vamos entender rapidamente o passo a passo para se investir lá fora.

Abrindo a conta:

O primeiro passo para você que busca diversificar os seus investimentos investindo no exterior é abrir a sua conta em uma corretora regulada e que permita que você invista lá fora com segurança e agilidade.

Atualmente existem várias corretoras que permitem o investimento no exterior, o ideal é que busque uma que tenha um bom suporte, custos adequados e uma boa variedade de investimentos disponíveis para que você consiga diversificar com tranquilidade.

Fazer o perfil de investidor:

Após abrir a sua conta, o passo seguinte é preencher o seu perfil de investidor, para que assim consiga entender de maneira mais clara quais são os tipos de investimento mais adequados para o seu apetite a risco e objetivos.

Saber qual realmente é o seu perfil de investidor é importante para que consiga fazer investimentos assertivos, pois, muitos investimentos podem sofrer variações ao longo do tempo, e caso não esteja disposto a suportar estas variações, pode acabar tendo problemas com seus investimentos, como prejuízos não esperados para aquele momento.

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Conclusão:

Apesar de estarmos em um momento de incerteza com relação a taxa de câmbio, existe sim um caminho para melhora, porém, é preciso entender que se beneficiar destes momentos em que ela está mais baixa, principalmente para você que está buscando investir lá fora é muito importante, assim, você consegue encurtar o seu caminho para os seus investimentos, contudo, além de aproveitar estes momentos, fazer aportes recorrentes também é muito importante.

Para ajudá-lo no processo, o Meu Portal Financeiro, em parceria com a Apu Investimentos, disponibilizou alguns assessores de investimentos para atendê-lo. É só clicar no link abaixo e entrar em contato via WhatsApp.

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