Com o fim do contrato à vista de ouro na B3 em março de 2024, muitos investidores que utilizam o ativo OZ, também conhecido como contrato de ouro à vista, ficaram sem saber o que fazer para investir de maneira segura em um ativo que servia como reserva de valor, que é o ouro.
Hoje, vamos entender o que levou a B3 a descontinuar a negociação do contrato de ouro, além de outras alternativas seguras para você que gostaria de seguir ou até mesmo começar a investir em ouro.
O que motivou a B3 a parar de negociar os contratos?
Segundo o que foi dito no ofício divulgado pela B3 em outubro de 2023, o motivo pelo qual a B3 deixou deixou de negociar os contratos de ouro foi por que atualmente existem outras alternativas para se investir em ouro, que são mais simples de serem operacionalizados, e acabam sendo mais práticos e baratos para os investidores, como alguns ETFs e BDRs que investem em ouro.
Contudo, apesar da alternativa, a decisão não pareceu muito agradável para muitos investidores que utilizavam o ativo como uma forma de reserva de valor, e até mesmo garantia para outras operações financeiras dentro da bolsa de valores.
LEIA TAMBÉM: Dólar abaixo de R$6,00? É uma oportunidade?
Além disso, a B3 oferecia a quem possuía a partir de determinada quantidade, a possibilidade de se realizar a retirada do ouro físico na própria B3, utilizando o Banco do Brasil como depositário do ouro.
Apesar das alternativas sugeridas pela B3, esta impossibilidade de se ter o ouro em mãos acabou gerando certa rejeição.
O que aconteceu com quem possuía os ativos?
Desde a sua divulgação do encerramento da negociação dos contratos de ouro à vista por meio do ofício em outubro de 2023 até o devido encerramento das negociações ao final de março de 2024, a B3 deu aos investidores algumas alternativas.
Realizar a venda dos contratos:
A primeira alternativa fornecida pela B3 foi a venda dos ativos em bolsa da maneira tradicional, transformando o investimento em liquidez e aplicando em outros investimentos, atrelados ou não ao ouro, ficando a critério do investidor essa decisão.
Apesar de parecer uma alternativa simples, isso implicaria em um pagando de IR por parte de todos aqueles investidores que possuíam valores acima de R$20.000,00 investidos no ativo, com uma alíquota de 15%.
Por conta de muitos investidores possuírem posições compradas antes de b, que foi quando o ouro teve uma grande valorização em pouquíssimo tempo saindo de U$1.566,70 em janeiro de 2020 para U$2.302,90 ao final de março de 2024, representando uma valorização de quase 47%, o valor pago em impostos seria bem relevante, sendo um dos principais motivos pela rejeição por parte dos investidores em relação a atitude tomada pela B3.
Retirar fisicamente o ouro da B3:
A segunda alternativa para quem possuía em carteira os contratos de ouro à vista foi a retirada dos lingotes físicos na B3 e utilizar o Banco do Brasil como um depositário temporário dos lingotes, contudo, o investidor precisaria obrigatoriamente em algum momento realizar a retirada física no Banco do Brasil.
LEIA TAMBÉM: O que esperar da economia com a Selic em 14,25%?
Além de toda a complexidade de se ter que fazer a gestão dos ativos físicos, o investidor teria que muito provavelmente realizar a contratação de uma empresa de transporte de valores, para que conseguisse realizar todo o processo com segurança, gerando ainda mais custos para quem possuía os ativos.
Tinha investimento em ouro e quer saber como voltar a investir? Entre em contato com um dos assessores parceiros do Meu Portal Financeiro pelo WhatsApp.
O que aconteceu com quem não escolheu nenhuma das opções?
Caso o investidor tenha decidido por não seguir nenhuma das sugestões oferecidas pela B3, a depender de quanto possuía em custódia, podem ter ocorrido duas alternativas.
No primeiro caso, para investidores que possuíam valores quebrados, ocorreu a liquidação financeira do ativo, e o valor foi depositado como saldo na conta do investidor.
Agora, para quem possuía valores cheios de acordo com cada contrato(OZ1, OZ2 e OZ3), os investidores receberam no lugar um ativo semelhante a um ETF que buscava acompanhar a performance do ouro e que foi emitido de maneira temporária, para que os investidores consigam ter mais prazo para realizar as trocas.
Como investir em ouro agora?
Com o fim da negociação dos contratos à vista, para o investidor que está buscando investir em ouro como uma forma de reserva de valor para a carteira, ainda existem algumas opções que podem ser até ainda mais viáveis do que os contratos à vista.
LEIA TAMBÉM: FED mantém a taxa de juros em 4,25% a 4,50%.
ETFs:
Para quem busca investir em ouro de maneira prática e rápida, os ETFs são uma das melhores alternativas dentro da B3.
De maneira simples, um ETF é um fundo de índice negociado em bolsa, ou seja, ele é um fundo que tem como objetivo replicar a performance de determinado índice, neste caso, replicar um índice que representa a variação do preço do ouro.
Atualmente existem vários ETFs, geridos por grandes gestoras, e que permitem a aplicação de valores pequenos, de forma que, mesmo com R$20,00 já é possível começar a investir em ouro através da B3.
Apesar das vantagens, no momento atual, existe apenas um ETF de ouro, que é o GOLD11(Isto não é uma recomendação de investimento.), assim, fornecendo uma baixa possibilidade diversificação, contudo, a tendência é que esse tipo de investimento comece a crescer mais conforme a demanda aumenta, possibilitando o surgimento de novas oportunidades.
BDRs:
Uma segunda alternativa é através das BDRs, onde, você pode investir em ativos não listados no Brasil, sem a necessidade de abrir uma conta no exterior.
Para quem está pensando em uma alternativa além dos ETFs, é uma ótima possibilidade, contudo, por conta das BDRs terem sido liberadas para os investidores em geral recentemente, a sua liquidez acaba sendo bem menor do que no caso dos ETFs, e em razão disso, antes de realizar o investimento, é importante verificar qual o volume de liquidez do ativo.
O volume de liquidez é importante para que consiga tanto realizar a compra como a venda sem demora, e sem o risco de acabar comprando ou vendendo fora do preço adequado de mercado por falta de ofertas.
Atualmente, na B3 existem desde BDRs de empresas que atuam no setor de mineração de ouro, até mesmo BDRs de ETFs que investem em ouro nos Estados Unidos.
Fundos de Investimento:
Outra alternativa, pensando em ainda se manter aqui no Brasil, é o investimento em ouro através de fundos de investimento abertos.
Para o investidor que busca um leque maior de possibilidades de investimento, os fundos de investimento tradicionais são a melhor alternativa, pois, atualmente, existe uma variedade enorme de fundos que investem diretamente em ouro.
Desta forma, permitindo ao investidor buscar qual alternativa é a mais barata, e que mais se encaixa com as suas necessidades, pensando em liquidez, aporte e outros fatores.
Quer saber qual é a alternativa mais adequada para você? Conte com um dos nossos assessores parceiros para ajudá-lo!
Cenário atual do ouro:
Por se tratar da maior reserva de valor conhecida atualmente, existe uma demanda muito forte por parte de Bancos Centrais por ouro, pois serve como uma moeda de troca universal em momentos de crise, trazendo uma tranquilidade financeira maior para quem o possui como reserva.
Contudo, a oferta de ouro disponível é limitada, em razão da sua dificuldade e custo de extração, além das próprias reservas ainda disponíveis para extração estarem cada vez mais escassas.
Essa alta demanda contra uma oferta cada vez menor fez com que nos últimos 5 anos o ouro saísse de aproximadamente U$1.589 dólares por onça no começo de 2020 para U$2.797 dólares por onça em janeiro de 2025. Passando os U$3.000 em março de 2025.
Além da crescente demanda de ouro por parte dos bancos centrais, por conta do ouro ser um ótimo condutor elétrico, em razão do aumento na demanda por micro-chips semicondutores, a procura também pelo ouro como matéria-prima cresceu de maneira exponencial, e deve crescer ainda mais conforme o desenvolvimento da inteligência artificial.
Segundo o Morgan Stanley, é esperado que o outro cresça mais de 15% até o final do ano.
LEIA TAMBÉM: Entenda como funciona as ações
Conclusão:
O ouro pode ser uma ótima adição na carteira de um investidor, contudo, é preciso entender se faz sentido de acordo com a estratégia e os objetivos.
É preciso ter noção de que, apesar das grande valorização ocorrida nos últimos anos, o objetivo do ouro é justamente preservar capital, como forma de reserva de valor, desta forma, é importante que não espere ter ganhos absurdos ao longo do investimento.
Para ajudá-lo a fazer um planejamento adequado, pensando em uma forma de proteger o seu capital em momentos de crise, o Meu Portal Financeiros, em parceria com a Apu Capital, disponibilizou alguns assessores para ajudá-lo no processo.
Basta clicar no link abaixo.