Nessa manhã tivemos uma notícia de que os futuros do índice Nikkei 225 abriram em forte queda, o que levou ao acionamento de um Circuit Breaker, após uma rápida queda de 8,00% em poucos minutos.
O que é uma Circuit Breaker?
Um Circuit Breaker é um mecanismo usado por diversas bolsas ao redor do mundo, inclusive na B3, que tem como objetivo frear o efeito manada em momentos de queda muito brusca nos mercados.
Normalmente, o Circuit Breaker utiliza como base para o seu acionamento uma queda dos futuros do seu índice de referência, a partir do ponto de abertura, com esse intervalo variando de país para país.
O objetivo é medir o nível de medo e volatilidade, se necessário, interromper as negociações, para que os ânimos se acalmem e o efeito manada não se prolongue, levando a perdas sem controle nas bolsas de valores.
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É comum que um Circuit Breaker seja acionado em momentos de crise, como o caso do que vivemos durante a pandemia da Covid-19 em 2020, em momentos de muita incerteza econômica e/ou política, ou após a divulgação de notícias que podem impactar muito os mercados.
O que levou ao acionamento do Circuit Breaker no Japão?
O Circuit Breaker ocasionado pela queda de mais de 8,00% no índice Nikkei 225 logo após a abertura, se deu por conta de uma reação dos investidores institucionais referente às políticas de tarifas impostas para produtos importados pelos Estados Unidos ao redor do mundo todo.
A expectativa é que o atual presidente dos Estados Unidos recuasse ou adiasse a implementação das tarifas, contudo, por conta desse cenário não ter se concretizado, a expectativa de um impacto bem negativo para a economia do Japão no longo prazo acabou gerando um grande nível de incerteza, fazendo com que investidores saíssem de investimentos de maior risco, como a bolsa de valores, e migrassem para investimentos de menor risco.
Esse movimento é chamado de “Risk-off”, que é justamente essa migração do dinheiro de investimentos de maior risco para investimentos de menor risco, e tende a acontecer em momentos de grande incerteza econômica, ou em momentos onde os investimentos de menor risco estão remunerando bem os investidores.
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Como funciona o Circuit Breaker na B3?
Como falamos acima, as bolsas de valores ao redor do mundo utilizam o mecanismo de circuit breaker para conter quedas descontroladas nos mercados, e que acabam gerando um pânico generalizado e um efeito manada.
E na B3 não é diferente, atualmente, na bolsa de valores do Brasil, o mecanismo de Circuit Breaker opera da seguinte forma:
Queda de 10% do Ibovespa ao longo do dia:
Caso o índice Ibovespa, ao longo do dia, apresentar uma queda que atinja 10% do seu preço de fechamento do dia anterior, a B3 aciona o Circuit Breaker, paralisando as negociações por 30 minutos, e retomando as negociações normais após esse período.
Queda de 15% do Ibovespa ao longo do dia:
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Caso o índice Ibovespa persista em queda após a primeira paralisação, e venha a atingir uma queda de 15% em relação ao preço de fechamento do dia anterior, a B3 aciona novamente o Circuit Breaker, porém, desta vez, as operações são paralisadas durante 1 hora, retornando ao normal após esse prazo.
Queda de 20% do Ibovespa ao longo do dia:
Por último, caso o índice Ibovespa, após as duas paralisações realizadas por Circuit Breakers, siga em queda, e em algum momento venha a atingir uma queda de 20% ou mais ao longo do dia, em relação ao preço de fechamento do dia anterior, a B3 irá suspender por tempo indeterminado as negociações, podendo, inclusive, ficar o dia inteiro ou mais tempo com a negociação suspensa.
Caso isso venha a acontecer, a B3 deve informar aos investidores o prazo no qual as negociações irão ficar paralisadas por meio dos seus canais oficiais.
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Circuit Breakers no passado:
Para quem investe a um pouco mais de tempo, o evento de um circuit breaker não é algo novo, então, vamos conhecer outros momentos onde esse evento ocorreu ao longo dos anos.
No Brasil, desde o plano real, ocorreram ao todo 6 momentos onde o Circuit Breaker foi acionado.
- 1997: Crise asiática;
- 1998: Crise russa;
- 1999: Implementação do câmbio flutuante;
- 2008: Crise do subprime nos Estados Unidos;
- 2017: Joesley Day/Delação JBS;
- 2020: Coronavírus.
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Como vimos acima, em mais de 30 anos desde a criação do Plano Real, houveram “apenas seis vezes” onde o mecanismo de circuit breaker foi acionado, contudo, se analisarmos principalmente em 2020, após a queda nos mercados ao redor do mundo, em razão da incerteza econômica de todo o mundo, na B3, houve um momento de ápice da tensão, onde, durante 8 pregões, em 6 deles ocorreu o acionamento total do mecanismo de circuit breaker.
Para que serve o mecanismo de circuit breaker?
Já explicamos o que ele é e como ele funciona, agora, vamos entender qual exatamente é o objetivo dessa paralisação nas negociações em momentos de grande queda.
Em princípio, o circuit breaker tem como seu principal objetivo acalmar o ânimo do mercado, paralisando as negociações, e evitando vendas descontroladas e tomadas por medo, desta forma, permitindo que os investidores possam tomar decisões mais racionais, ou até mesmo, conseguirem interpretar melhor o que foi divulgado, assim, evitando uma possível perda patrimonial que muitas vezes pode ser praticamente irreversível, pois, é impossível prever em que momento o mercado irá se estabilizar após o susto.
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Existe circuit breaker em caso de alta?
Apesar de ser bem mais raro, existem certas bolsas de valores que em algumas situações podem sim vir a paralisar a negociação dos seus mercados em caso de uma alta muito abrupta, contudo, por ser um evento de extrema raridade, não se vê tal evento ocorrer, pois demanda um nível de otimismo muito fora do comum por parte dos investidores.
Conclusão:
Como entendemos ao longo do artigo, o Circuit Breaker serve como um paraquedas em momentos de queda muito fora do comum, por conta de notícias muito negativas, perspectivas muito negativas para determinada economia, ou até mesmo eventos mais catastróficos, como o caso do Covid-19.
Contudo, é importante saber que o acionamento dele não garante a recuperação das bolsas, e por conta disso, é essencial que tenha uma diversificação, tanto em tipos de investimento diferentes, como renda fixa, renda variável e fundos de investimentos, mas também diversificar a localidade dos seus investimentos, por exemplo, investindo no exterior, por meio de uma corretora independente.
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