1º ata do Copom: Entenda os próximos passos da nossa política monetária

Imagem referenciando a reunião do Copom.

Após ter subido a taxa Selic de 12,25% para 13,25% na última reunião, o Copom soltou a sua ata, com informações sobre a decisão tomada, e a expectativa dos seus membros sobre como será daqui pra frente.

Por isso, hoje vamos trazer um resumo para você sobre os principais pontos da ata, para que tenha um entendimento melhor sobre o que esperar dos próximos passos da nossa política monetária.

Cenário Econômico:

Segundo a ata do Copom, apesar das políticas monetárias mais apertadas para controlar a inflação estarem surtindo efeito, as medidas de inflação ainda assim se mantiveram acima da meta para o ano de 2024, inclusive, acima da banda máxima.

Um dos motivos para que a inflação venho a se manter acima da meta foi por conta de que, apesar das políticas econômicas contracionistas, a atividade econômica surpreendeu muito positivamente, principalmente no que diz respeito ao consumo das famílias e formação bruta de capital fixo, que de maneira simples, é a produção de bens que não são consumidos na produção de um bem ou serviço, e que pode ser reutilizável, como por exemplo, aquisição de maquinário novo, construção de novos edifícios e demais bens que agregam a produção de bens de maneira fixa.

A principal razão que levou ao aumento do consumo, e por consequência, a demanda por bens e serviços se deu pelo mercado de trabalho robusto, onde, apenas de trabalhadores formais foram geradas 2.2 milhões de novos postos de emprego de Janeiro até Novembro, apesar do crescimento real do salário não ter sido tão expressivo, política fiscal expansionista por parte do Governo Federal, além de um aumento grande nas concessões de crédito.

Estes três pontos fizeram com que, apesar do Banco Central estar atuando forte em suas políticas monetárias, a inflação acabou mesmo assim sofrendo uma aceleração não esperada pelos membros do Copom.

Segundo os membros do Comitê, o cenário-base para que a inflação volte a convergir para a meta depende significativamente da desaceleração da atividade econômica, e para que isso ocorra de maneira mais eficiente, será necessário que as políticas econômicas e fiscais devem estar em harmonia, o que deve auxiliar na percepção dos principais agentes econômicos do país quanto a saúde financeira e econômica do Brasil.

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Visão do Copom quanto à atividade econômica:

Apesar da desancoragem da inflação em relação à meta proposta pelo ano de 2024, o comitê observou que, em setores de bens e serviços mais sensíveis ao crédito pode-se sim de observar uma diminuição na atividade econômica, e que deve se intensificar conforme os efeitos do aperto monetário se espalhem pela economia, algo que deve demorar de 3 a 6 meses para ocorrer, e por conta disso, o comitê está observando ainda mais de perto possíveis sinais de desaceleração da atividade econômica por conta de ter ocorrido no passado sinais de uma possível acomodação da inflação, que acabou se mostrando incorreta nos meses seguintes.

Além disso, por conta do mercado de trabalho ainda aquecido, o comitê destacou que uma avaliação sobre uma possível desaceleração iria impactar na diminuição da demanda ou oferta.

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Crédito:

Com relação ao mercado de crédito, apesar de termos observado uma atividade de tomada de crédito forte ao longo do ano de 2024, o Copom pontuou que foi observado uma diminuição na tomada de crédito, em razão do aperto monetário e aumentos dos spreads de crédito bancário para pessoas físicas, principalmente em linhas de crédito de baixo risco, contudo, no mercado de títulos privados pode-se observar um volume muito acima do esperado nas emissões, além de uma diminuição dos spreads, o que fomentou bastante o mercado de crédito no país.

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Inflação:

O Copom, em sua ata mencionou que atualmente, um tema que eles consideram recorrente é a desancoragem das expectativas de inflação, mesmo as de longo prazo, o que faz com que, segundo o Copom, haja uma necessidade de aumento dos preços e salários acima da meta de inflação proposta pelo CMN para os anos seguintes, tornando necessário, na opinião do Copom, uma política monetária mais apertada do que o esperado para buscar trazer a inflação para a meta.

Além deste ponto, o Copom também classificou como outro potencial risco o fato da economia estar sobreaquecida, principalmente na questão de serviços, já com relação a atividade econômica e a inflação de produtos, o Copom avaliou que o hiato do produto, ou seja, a diferença entre o produto efetivo produzido e o potencial da economia foi positivo, o que deve trazer ainda mais inflação ao longo do tempo, além disso, também pontuou que a inflação de curto prazo ainda se mostra com um cenário adverso, com um forte aumento no preço dos alimentos e combustíveis, e que deve se manter em patamares próximos aos atuais no médio prazo em razão de critérios como ciclo do boi, volatilidade do câmbio, que segundo o Boletim Focus deve se manter em algo próximo de R$6,00 nos próximo anos.

Ainda sobre a inflação de curto prazo, com relação inflação de serviços, por conta de ser menos afetada pelas políticas monetárias acaba que ainda se mantém acima da meta de inflação proposta pelo CMN, inclusive, segundo a ata, tendo sofrido uma aceleração nas últimas observações feitas sobre as medidas de inflação de serviços, já para a inflação de bens industrializados, por conta do recente movimento de alta no câmbio, o preço, junto das margens da empresas acabaram sofrendo uma forte pressão, em razão do alto volume de importações necessárias para a produção de certos bens.

Debate e decisão sobre a política monetária:

Conforme o que foi proposto pelo Copom na reunião anterior, segundo a ata, a decisão de aumento em 1,00 p.p. se mostrou o melhor caminho na condução da política monetária para controle da inflação, aumentando a taxa Selic de 12,25% para 13,25% até a próxima reunião, mantendo a previsão de mais um aumento de 1,00 p.p. para a próxima reunião caso o cenário não se altere drasticamente.

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Junto disso, o Copom reiterou que as políticas, tantos fiscais quanto monetárias devem estar alinhadas uma com a outra, além disso, citaram que estas devem ser “previsíveis, críveis e anticíclicas”, também pontuando sobre a necessidade do compromisso por parte do governo em questões como sustentabilidade da dívida e regime fiscal proposta, de forma que, com a incerteza sobre a estabilização do nível da dívida pública podem fazer com que a taxa de juros neutra, que segundo o próprio Copom estima que esteja em torno de 9,00%, fazendo com que os juros necessários para se manter a inflação dentro da meta com certo nível de crescimento econômico também aumente.

Conclusão:

A decisão de subir a taxa de juros, além de se mostrar uma decisão assertiva por parte do Copom, também trouxe para o mercado um grande alívio com relação à condução da política monetária pelo novo presidente do Banco Central por conta do receio de não estar tão alinhado com a condução dos demais membros.

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